Por que tantas marcas agora tem embaixadores?
Explicamos a tendência e te contamos como sua marca também pode ter uma pessoa para representá-la.
Nos últimos meses temos visto uma série de anúncios de pessoas criadoras de conteúdo se tornando embaixadoras de marcas. A Globoplay fez barulho ao anunciar Juliette como sua embaixadora. Esta semana foi a vez do Marcos Mion se tornar embaixador da Gilette, por exemplo. A tendência tem sido vista com uma evolução da relação de criadores de conteúdo com as empresas. Para além das publis uma pessoa embaixadora tem mais compromissos e uma relação mais profunda com a marca e também traz mais resultados. No entanto, tem pontos negativos, um deles: como escolher a pessoa certa. Vamos falar sobre tudo isso na CoolBox de hoje.
O que significa ser embaixadora de marca?
No livro Breakthrough, o estratégia de negócios Scott Duffy traduz o termo como:
"Uma pessoa que é contratada por uma organização para representar uma marca de maneira positiva e, por consequência, ajudar a aumentar o conhecimento da marca e as vendas.”
Thiago Cavalcante, co-founder e diretor comercial da Inflr, em entrevista para a Adnews, deu outra definição que gostamos bastante:
“O embaixador acaba sendo o porta-voz em todos os canais, não só em seus meios e canais próprios. Porque a comunicação pode ir para outros canais, como um estande de vendas, TV ou participando de eventos como presença VIP, citando alguns exemplos. Um influenciador-embaixador tem esse papel muito importante pra marca e acaba sendo um porta-voz para outros influenciadores e para outros usuários.”
Mas por que ter uma pessoa embaixadora da marca?
Essa acabou se tornando uma das grandes prioridades de marketing das grandes empresas hoje, para aproximar as marcas das pessoas. Tudo começa do entendimento que hoje estamos bem mais propensos a comprar após receber a recomendação de alguém em quem confiamos. Criadores de conteúdo digital (influenciadores digitais) tem esse potencial.
O que difere trabalhar com influenciadores ou ter uma pessoa embaixadora é basicamente a profundidade de relacionamento e o modelo de trabalho. No caso de influenciadores, é normal que se dê uma contratação por projeto. Já embaixadores de marca tem uma relação de longo prazo e que pode avançar para um outro nível de comprometimento com a marca.
A Gisele Bündchen, por exemplo, se tornou recentemente não apenas a embaixadora da Ambipar, como também acionista e integrante do comitê de sustentabilidade da companhia.
Quais são as vantagens?
Pra começar, embaixadores tem 3 vezes mais engajamento que influenciadores, segundo dados da plataforma Loudcrowd. Mas tem outros motivos:
São leais à marca
Vistos como mais autênticos e confiáveis que os influenciadores que trabalham para várias marcas e tem sempre uma abordagem comercial e muito polida para falar sobre elas
Tem alinhamento com o propósito e os valores da marca
Promovem a marca continuamente, criando uma narrativa
Se tornam a cara da marca em diversa situações
Não é apenas bom, né?
Não. Tem também pontos negativos a serem considerados, como:
Alcançam sempre a mesma audiência e o mesmo perfil de pessoas
Pode ser caro exigir exclusividade numa parceria de longo prazo
Selecionar a pessoa certa pode ser um grande desafio
A parceria ser vista como incoerente para o público de alguma das partes
Aliás, esse último ponto foi o que pegou uma semana atrás, quando Monja Coen anunciou no seu perfil no Instagram que havia se tornado a embaixadora de moderação da cervejaria Ambev. De lá pra cá o público tem questionado o quanto faz sentido, diante de tudo que a Monja evoca como valores e princípios, se aliar à maior cervejaria do mundo, num momento em que o alcoolismo se tornou um desafio social.
Tem mais exemplos de embaixadores?
Sim! Os bancos, em busca de novos clientes, tem apostado muito em embaixadores. A lista só cresce. Temos Gil do Vigor com o Santander, Tatá Werneck, embaixadora do Next, Jojo Todynho como a cara do Banco PAN e Thaís Araújo representando o Banco BV.
Aproveitando ainda o clima Olimpíadas, temos diversos atletas como embaixadores de marca. Olha só:
Tom Daley, saltador britânico que também ficou famoso nos Jogos de Tóquio por fazer crochê nos intervalos das competições, é embaixador da Adidas. Segundo a marca, a escolha se deu por ambos compartilharem os mesmos valores.
Caeleb Dressel – medalhista e recordista na natação é embaixador da Omega, marca suíça de relógios de luxo.
Sky Brown – medalha de bronze no skate e amiga de Rayssa Leal foi escolhida como embaixadora da Polly Pocket.
Naomi Osaka – tenista japonesa e ativista, que tem levantado pautas como desigualdade racial e saúde mental, é a embaixadora da marca Louis Vuitton.
Traduzindo: por onde começar?
Em matéria para revista Forbes, Kate Haldy indica 5 passos:
Identifique sua principal audiência. Saiba quem são essas pessoas, o que fazem em quem se inspiram e quais são seus valores.
Defina os princípios da marca. É preciso deixar claro quais são os valores e princípios a pessoa escolhida precisa defender.
Eleja as prioridades. O que você espera? Aumentar as vendas, ter a marca conhecida num novo mercado, melhorar a percepção do público?
Defina seu orçamento. Quanto você tem disponível para esta contratação? Saber o valor ajuda a definir o escopo e a duração da parceria.
Busque potenciais embaixadores. Este é o momento de pensar em criadores de conteúdo digital que tenham encaixe com seus valores, propósito e princípios. Que tenha um tom de voz que dialogue com o da marca. Uma pessoa disposta a te ajudar a alcançar seus objetivos e prioridades. E fundamentalmente, que tope a remuneração que você pode oferecer para a parceria.
Pergunta de um milhão de dólares: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
As marcas precisam compreender esses comportamentos e momentos para oferecer os conteúdos que fazem mais sentido para as pessoas.
Para as saídas obrigatórias elas estão buscando informação, segurança e conveniência. Já em relação às saídas afetivas, é importante oferecer informação e novas formas de se conectar com a família e amigos, sem se expor ao risco. E no caso das saídas essenciais, ajudar na decisão de compra e oferecer conveniência é uma boa pedida.
Eu poderia tatuar essa frase:
Ao longo de 2021, acredito que você verá os influenciadores se tornarem verdadeiros embaixadores de marca, pois postagens únicas podem não gerar mais resultados fortes o suficiente. As marcas devem investir em relacionamentos de longo prazo para construir confiança não apenas com o criador de conteúdo, mas também com sua comunidade.
— Kate Haldy, em matéria da Forbes
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