Confia em mim: cultura de confiança como base para a inovação
Confiança é uma palavra-chave para a vida, para o marketing e também para a inovação.
Para comprar algo de alguém, precisamos confiar nessa pessoa - ou na empresa.
Isso você já sabe.
Já para uma empresa que quer inovar e ser inovadora (perceba que são coisas diferentes), o caminho é bem mais longo. Ela precisa de um ambiente favorável e isso começa, necessariamente, nas relações humanas que se estabelecem ali dentro.
Hoje a CoolBox vai traçar essa linha entre confiança e inovação.
Você confia na gente?
Coitados dos estagiários
Todo mundo erra. Todo mundo vai errar.
Isso é um fato.
Quando um colaborador da empresa comete um erro ou identifica um problema, a cultura corporativa tradicional o incentiva a esconder, jogando tudo para debaixo do tapete e torcendo para ninguém descobrir ou, pior, jogando essa suposta culpa em outra pessoa.
Deve ser daí que vem aqueles memes que ironizam os estagiários.
Mas e se a gente começasse a fomentar uma cultura que tira o peso do erro, para entendê-lo como parte do processo rumo ao acerto?
Será que isso abriria mais espaços, desses bem abertos, iluminados e arejados, para as ideias "malucas" que mudam o mundo?
Uma pesquisa recente da McKinsey garante que sim.
Segundo eles, quando os funcionários se sentem à vontade para pedir ajuda, compartilhar sugestões ou contestar o status quo sem medo das consequências sociais negativas, a organização tende a inovar mais rapidamente, obter os benefícios da diversidade e adaptar-se bem às mudanças.
Acontece nas melhores famílias
Mas nem por isso os desafios deixam de existir. Se você tem uma empresa e um time, ou pretende ter, sabe que as situações difíceis vão acontecer. Uma hora ou outra, mas é inevitável. Mesmo quando tudo vai bem e a sua empresa está crescendo, os desafios (e os boletos) continuam chegando todos os dias.
O que você pode controlar é como reagir a essas adversidades e é aí que entra a importância de construir uma cultura de empresa saudável, segura e acolhedora.
A segurança psicológica, termo cunhado pela pesquisadora Amy Edmondson (Harvard Business School), pode ser definida como a crença de que você não será punido quando cometer um erro.
Aqui estamos propondo o termo 'cultura de confiança', mas o contexto é bem parecido.
Imagine que você está pilotando uma nave espacial e cometeu um erro: você prefere alguém que te avise do problema ou alguém que te elogie dizendo que você é o astronauta mais brilhante do mundo?
Além de favorecer essa maior tolerância ao erro e não ao ego, estudos mostram que a segurança psicológica estimula as pessoas a falarem o que pensam e assumirem riscos razoáveis na hora de apresentarem suas ideias e projetos mais ousados.
Para isso, essas pessoas precisam confiar em seus colegas de trabalho e líderes de que não serão criticados e ridicularizados, ou até mesmo de que não terão suas ideias "roubadas", entre outras dinâmicas tóxicas que vemos todos os dias em ambientes profissionais.
Os líderes podem promover a segurança psicológica criando um clima positivo, incentivando as formas desejadas de pensar e de agir na equipe a partir de suas próprias ações. Admitir erros sem terceirizar culpas, assumindo a sua vulnerabilidade e sua responsabilidade na situação, é um ótimo primeiro passo.
A boa notícia é que isso vai gerar um efeito de corrente, contagiando os colaboradores e demais líderes da equipe a fazerem o mesmo e ajudando na construção de um ambiente mais saudável dentro da empresa.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
Do crescimento do trabalho remoto à segurança psicológica que acabamos de analisar, estamos vendo a decadência de uma liderança autoritária, baseada em comando e controle, dando lugar para uma liderança consultiva e solidária.
Se você trabalha em um ambiente onde não há espaço para as suas ideias e sugestões, busque as lideranças mais próximas ou mais altas, dependendo do contexto, ou o RH, e pense em formas possíveis para ser um agente de mudança interno.
Busque fazer as coisas de forma diferente, para ver se o ambiente também irá responder com mais mudanças.
Se você trabalha em um ambiente onde erros não são tolerados de forma alguma, onde você se sente constantemente ameaçado, com medo ou tolhido em sua criatividade, vale a pena repensar e avaliar suas possibilidades para trocar de emprego. Saúde em primeiro lugar!
A perda de talentos é só um dos preços a se pagar, então para quem gerencia pessoas, direta ou indiretamente, a pergunta é outra: sua empresa está pronta para seguir nesse caminho?
Não temos receita de bolo, mas aqui vão alguns direcionamentos para começar:
A Júlia Fernandes, diretora de RH da farmacêutica Novartis, sugere autonomia para definição de horários na jornada de trabalho e uma ferramenta para os funcionários darem feedbacks às chefias, subvertendo a hierarquia tradicional. (VocêRH)
Invista em experiências de aprendizagem imersivas e envolventes para o desenvolvimento da liderança. Experiências que sejam emocionais e sensoriais, criando momentos de inspiração e insight. (McKinsey)
Quero saber mais sobre experiências de aprendizagem!
Eu poderia emoldurar essa frase:
“Não há equipe sem confiança”
- Paul Santagata, Chefe de Indústria no Google
Radar do Futuro-Presente:
Liderança inovadora: 6 habilidades de um bom líder (Forbes)
Mundo multiplataforma: Globo e Twitter vão comercializar anúncios publicitários em conjunto (Meio & Mensagem); Como as big techs estarão presentes no Cannes Lions (M&M).
Diversidade e inclusão: UE aprova cota de 40% para mulheres nos conselhos (Capital Reset).
ESG: Mercado Livre se junta a produtores para capturar 939 mil toneladas de CO2 (Forbes)