E se fizerem fake news com sua marca?
67% das pessoas que trabalham em comunicação acreditam que suas marcas correm sérios riscos, mas a maioria não sabe como lidar com essa ameaça.
Olha, não é nada difícil que uma fake news seja criada envolvendo a marca da sua empresa, viu. Se a gente pensar bem, informação falsa e marcas não é algo novo, Coca-Cola e McDonalds que o digam. No entanto, estamos vivendo um momento alarmante em relação às fake news em geral e, por consequência, o risco para as marcas também aumentou. De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), com profissionais de comunicação, 75% das organizações nas quais eles trabalham ou prestam serviço já foram ameaçadas por fake news. Poderia ser pior? Infelizmente sim, um estudo, também da Aberje, aponta que empresas e pessoas não estão preparadas para essa situação. Por isso, a CoolBox – sua fonte de informações verdadeiras & maravilhosas – fala sobre como as marcas devem lidar com as fake news na edição de hoje.
Gente, mas isso é um absurdo, me dá um exemplo?
Te dou até três, pra você ver como as marcas já estão tendo que lidar com notícias falsas que podem prejudicar sua reputação no mercado e trazer graves consequências em diversos aspectos. Os exemplos foram pesquisados na base de dados da Agência Lupa, primeira agência de checagem de fatos do Brasil:
A Cartoon Network foi acusada de tirar Tom e Jerry do ar após considerar desenho ‘politicamente incorreto’. A Lupa checou e era falso.
A Nike lançou um ‘tênis satanista’ em parceria com o rapper Lil Nas X? Não, apesar da informação ter circulado em sites e redes sociais, ela também é falsa, de acordo com a checagem da Lupa.
E recentemente, no clima pesado pré 7 de Setembro, a empresa de laticínios Tirol teria proibido o uso de bandeiras do Brasil em suas instalações. A Lupa checou e é falso também, como muitas coisas que circularam durante o dia de ontem.
Viu só? Assim como aconteceu com essas marcas, poderia ter acontecido com qualquer uma, inclusive com a sua.
Agora vamos aos números, pra entender a gravidade da situação
De acordo com um estudo do MIT publicado na revista Science, fake news se espalham 6 vezes mais rápido que notícias verdadeiras e tem 70% mais potencial de serem compartilhadas nas redes sociais. O que é péssimo para nós como sociedade e para as marcas que estão tentando fazer um bom trabalho na construção de sua reputação e podem ter todo o esforço arruinado por uma única notícia falsa.
De acordo com o levantamento feito pela Aberje, 67% das pessoas que trabalham com comunicação acreditam que “é consistente ou alto o risco da empresa na qual trabalham ou atendem ser acometida por uma grave crise de imagem em razão de futuras fake news”.
E elas estão preparadas pra isso? Não.
Nem profissionais de comunicação, nem suas lideranças. O estudo revelou que 71% dos líderes consultados afirmam não ter um plano de contingência específico para enfrentar eventuais campanhas de desinformação.
Das pessoas que trabalham em comunicação que responderam à pesquisa, 82% disseram que os altos executivos de suas organizações jamais fizeram uma preparação para enfrentar notícias falsas. E apenas 12% dos profissionais de marketing confirmou ter realizado algum tipo de treinamento sobre desinformação.
Traduzindo: e agora, fazemos o quê?
Claro que a gente não ia só tocar o terror e ir embora, né? Separamos seis dicas práticas pra te ajudar a preparar sua marca:
Monitore as plataformas sociais proativamente – faça pesquisas por menções à sua marca nas principais redes e no Google (se ainda não conhece o Google Alertas, ele pode te ajudar nessa tarefa).
Crie um time de resposta rápida. Selecione e treine as pessoas que serão as primeiras combatentes em caso de “incêndio virtual”.
Crie um protocolo de comunicação de crise. Time formado, ele precisa saber como agir. Por isso, o ideal é já ter um plano construído com antecedência, pra ninguém fazer nada com cabeça quente.
Investigue e compartilhe seu lado da história. Fundamental a marca agir de forma ágil e precisa.
Tenha funcionários embaixadores de marca. Pessoas com total alinhamento com os valores da empresa e boa comunicação nas redes podem ser imprescindíveis para humanizar e trazer confiabilidade para sua mensagem.
Crie uma reputação online. Invista em criar conteúdo autêntico e construir uma comunidade ao redor da sua marca. Numa hora como essa, a comunidade e o histórico estarão ao seu lado.
Pergunta de um milhão de dólares: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
Acredite, pode acontecer com você. Profissionais de comunicação e marcas precisam estar preparadas. E é possível se envolver com o tema de forma ativa.
Uma pesquisa realizada pelo Ipsos, no ano passado, apontou que para 33% dos consumidores é muito importante que as marcas sejam uma fonte de informação confiável e para 20% das pessoas é mais importante que ela aja contra a desinformação.
Conclusão: as pessoas querem e você precisa.
Eu poderia tatuar essa frase:
Precisamos avançar muito na alfabetização digital no nosso país para transformar essa realidade. Enquanto não fizermos isso, seremos reféns, não da tecnologia, mas de quem sabe utilizá-la a favor dos próprios interesses e em detrimento de coisas que nos são caras.
— Tiago Belotte, em um post sobre fake news, no seu perfil do Instagram
Radar do Conteúdo – novidades da semana:
Aberje lança manual para as empresas enfrentarem fake news (Aberje)
TNT Energy Drink inaugura casa em SP para criadores de conteúdo e ações (Folha)
TikTok quer ocupar o território da educação, assim como o YouTube já faz. (@tiagobelotte no LinkedIn)
Shopee lança Programa de Afiliados no Brasil (Propmark)
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