Eu, Robô: a popularização das Inteligências Artificiais
Se você cresceu assistindo filmes de ficção científica, como o Will Smith no 'Eu, Robô' (2004) e tantos outros, já sabe que o tema da relação entre máquinas e humanos não surgiu agora e talvez seja, inclusive, um dos grandes temas da sociedade atual.
De lá para cá, porém, o que mudou é a proximidade que esse tema passou a ter para pessoas comuns.
Por pessoas comuns, nesse caso leia-se como pessoas que não trabalham diretamente com tecnologia, não têm nenhum interesse especial no assunto e não ficam acompanhando os últimos lançamentos deste mercado. Pelo contrário, muitas vezes elas têm até uma certa resistência ao assunto.
Se você é uma dessas pessoas que sente medo quando escuta falar sobre robôs, continue lendo a CoolBox porque vamos desmistificar um pouco essa discussão com nosso olhar.
Alexa, você sente amor?
Acabei de perguntar pra minha Alexa: o que é o amor?
Ela me respondeu com uma definição do dicionário, na qual o amor seria uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra pessoa.
Quando perguntei se ela sentia amor, disse que tem mecanismos de funcionamento tão complexos quanto, mas que não, não sabe o que é isso.
A Alexa é um produto da Amazon que entra na categoria de assistentes virtuais que, por sua vez, é uma tecnologia para deixar o dia a dia mais prático dentro do conceito de casas inteligentes. A partir de comandos de voz, ela é capaz de dizer a previsão do tempo, tocar uma música específica, ligar para alguém, entre várias outras tarefas e habilidades que podem ser programadas ou ensinadas.
Uma Alexa custa, hoje em setembro de 2022, aqui no Brasil, cerca de R$300 (trezentos reais). É, portanto, uma tecnologia acessível que tem se popularizado cada vez mais em apenas de 3 anos de mercado. Já são mais de 300 milhões de Alexas ativas em todo o mundo (New Voice), sem contar os números das concorrentes como Siri da Apple e do Google Assistant, que também seguem nesse páreo.
Cena do filme 'Her' (2014)
O crescimento dessas tecnologias é tão alto que, segundo estudo da consultoria IDC Brasil, a área de automação doméstica deve ultrapassar US$291 milhões em 2021, registrando um aumento de 21% em relação a 2020.
Minha casa, minha vida
Talvez você não tenha interesse em uma assistente virtual, OK. Mas e quanto a um robô aspirador de pó? Você compraria?
Em 2021 foram vendidas mais de 175 mil aspiradores robô no Brasil, a um preço médio de R$805 (CNN), representando um crescimento de mais de 400% (!!!) nas vendas em relação ao ano anterior.
A pandemia contribuiu com essa alta, já que as pessoas passaram mais horas em casa. Mesmo com o retorno de atividades presenciais, nosso tempo continua sendo um bem cada vez mais escasso e valioso. Por isso, produtos que prometem automatização de tarefas e economia de tempo tendem a seguir em alta.
Além do fator tempo, esses dispositivos são especialmente úteis para pessoas com deficiência física ou visual e podem ser grandes aliados em promover acessibilidade:
"Uso a Alexa há dois anos. Fui uma das embaixadoras do Prêmio Alexa de Acessibilidade e estou com os Echo Buds (fones de ouvido inteligentes e sem fio) há um mês. A inteligência artificial, com o comando de voz, torna tudo muito mais acessível. Não preciso pegar nenhum equipamento e/ou usar a tela. Isso é muito bom para quem não enxerga e também para quem tem restrições de movimentos nas mãos, limitações, dificuldade de coordenação, o que é, por si só, uma grande solução", diz Sara Bentes, que é cantora, atriz e possui deficiência visual.
É o caso também do robô desenvolvido pelos pesquisadores da Escola Politécnica de Lausanne (EPFL), na Suíça, que é controlado por sinais elétricos emitidos pelo cérebro e pode ajudar tetraplégicos nas tarefas do dia a dia (CanalTech).
Nem tudo são flores
Apesar dos avanços e da contribuição desse tipo de tecnologia para melhorias e desenvolvimentos, o setor encontra desafios como a dificuldade de encontrar profissionais qualificados com o conhecimento técnico necessário, o investimento financeiro ou, ainda, a resistência das pessoas.
A tendência é que, com o tempo, a gente comece a usar e se acostumar cada vez mais com a presença desses robôs em nosso dia a dia, mas é claro que nem tudo são flores: existem muitas discussões e preocupações sobre o uso desses dispositivos e seus limites, principalmente no que se refere à coleta de dados e privacidade.
A interação forçada com esses robôs também pode ser uma experiência bastante irritante, como quando tentamos entrar em contato com o serviço de atendimento ao cliente (SAC) de uma empresa e só conseguimos acesso a um daqueles chats automatizados.
Dependendo do caso, a gente se vê implorando pela chance de falar com um outro ser humano para tentar resolver nosso problema.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
O uso das I.As (inteligências artificiais) não é mais um assunto de livros e filmes. Já é uma realidade e tem sido aplicada em diversos setores, inclusive em trabalhos criativos!
Programas geradores de conceitos, imagens inéditas, textos e até sons musicais já estão por aí: uma arte feita com inteligência artificial chegou a ganhar um concurso de arte nos EUA e levantou discussões acaloradas (Voz Colab).
Como dissemos no início, a relação entre máquinas e humanos talvez seja um dos grandes temas da sociedade atual e diz respeito a todos nós. Portanto, mesmo que o seu mercado não esteja diretamente relacionado ao que falamos aqui hoje, é importante ficar de olho nessas movimentações e extrair alguns insights.
Essa mudança de comportamento, que tem gerado maior aceitação do uso de tecnologias e automatização no dia a dia de pessoas comuns, pode ser um sinal verde para você tirar aquele seu projeto mais ambicioso do papel.
Nem muito cedo, nem tarde demais: a inovação tem timing.
Se você precisa defender esse projeto perante seus superiores hierárquicos na empresa, clientes ou investidores, use os números e argumentos que trouxemos aqui nessa CoolBox. Vamos adorar a referência!
Eu poderia emoldurar essa frase:
“Se você pensar no robô como um eletrodoméstico, ele tende a ser uma coisa cada vez mais útil na sua casa. Eu acho que ninguém é menos humano por ter um fogão, uma geladeira, uma máquina de lavar louça. E o robô vai ser a mesma coisa”
- Luli Radfahrer, professor de Comunicação Digital da Escola de Comunicações e Artes da USP, em sua coluna Datacracia.
Radar do Futuro-Presente
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