Marcas éticas: as pessoas querem e o planeta precisa
A pandemia só fez crescer algo que já estava acontecendo. As pessoas querem ver as marcas mostrando que são éticas na prática, não no discurso.
Esta é a edição #132 da nossa CoolBox. E estamos especialmente felizes! Não só pelo tema, que vai te ajudar a refletir e descobrir como fazer uma marca ética de verdade, mas também por estarmos estreando um novo formato. Como uma escola de conteúdo digital, a CoolHow quer contribuir para o debate e para a produção de um conteúdo mais digital e humano. E uma das nossas formas de fazer isso é através dessa newsletter que ao longo dos últimos anos traz pra você de forma simples, fácil e deliciosa de ler os temas emergentes que podem impactar seu negócio ou seu trabalho. Agora com ainda mais foco a te ajudar a criar o melhor conteúdo para sua marca, projeto ou clientes. Esperamos que você goste das mudanças e aproveite.
Vai chegando junho
Você já deve ter notado. Chega o mês de junho e as marcas vestem a comunicação e o conteúdo com as cores da bandeira LGBTQIA+. É post exaltando a diversidade e o amor pra cá, ações com influenciadores e comerciais de TV pra lá. Tudo bonito e bem embalado. Entretanto, se antes as pessoas facilmente se emocionavam e celebravam essas iniciativas como conquistas, agora elas querem mais. E a cada nova mensagem de marca se perguntam se aquilo é fruto de uma consciência verdadeira ou apenas parte do planejamento de comunicação do ano. Essa já era uma realidade observada antes da pandemia, mas nos últimos meses vimos o comportamento se acelerar e tomar proporções esperadas apenas para os próximos anos. Então, é hora das marcas se preparem e rápido, pra esta nova exigência das pessoas na hora de consumir. Estamos na era das marcas éticas.
Como viemos parar aqui?
Como estávamos dizendo antes, a história não começa com a COVID-19, vem bem antes dela, com as pessoas se engajando cada vez mais na jornada por autoconhecimento. As gerações Y e Z então, nem se fala. Querem saber seu propósito e lugar no mundo. Querem entender seu papel e impacto. Empoderados pela tecnologia e pelas redes sociais, acreditam que a mudança está em suas mãos. Seja através de protestos, petições, financiamentos coletivos ou mesmo no relacionamento com as marcas. E aqui está a chave. Num mundo de consumo em que as marcas se tornaram tão próximas e presentes na vida das pessoas, elas acham natural e lógico que elas, as marcas, as auxiliem a serem mais éticas e conscientes.
Precisa de provas?
Nós temos.
De acordo com o Relatório Varejo 2021 – parte do estudo anual da Adyen que entrevistou 2 mil pessoas no Brasil e outras milhares ao redor do mundo – 71% das pessoas irão continuar comprando de negócios locais para que eles continuem abertos e em funcionamento, no pós pandemia. E quando perguntados sobre suas decisões de compra, 82% das pessoas entrevistadas disseram que vão passar a avaliar bem mais os quesitos relacionados à "ética do varejista”. Dentro dessa ética estão elementos como: remuneração justa aos funcionários, contribuição para a comunidade e preocupação com o meio ambiente. Ou seja, as pessoas estão comprometidas a fazer sua parte, mas querem saber o que as marcas também estão fazendo.
Além disso, o relatório de tendências 2021 do Twitter mostra como as pessoas estão falando e produzindo conteúdo sobre esse tema. A rede social observou as seguintes mudanças nos últimos dois anos:
+33% de crescimento de conteúdos em torno de ética e valores
+222% menções em direitos humanos ou civis em postagens
+32% conversas em torno de desigualdade econômica
Traduzindo
O que é uma marca ética?
Os pesquisadores e autores de um artigo sobre o conceito afirmam que, uma marca ética é reconhecida por: (1) agir moralmente; (2) considerar responsabilidades econômicas, sociais e ambientais; (3) ter integridade, honestidade, responsabilidade e compromisso em fazer a coisa certa; e (4) criar valor para a empresa, clientes e demais partes interessadas.
Quais são os benefícios para a marca?
Apostar numa marca e em uma comunicação ética, além de fazer sentido para o mundo que desejamos ajudar a construir, traz benefícios para os negócios. Listamos três: (1) Se conectar com a demanda e o novo desejo das pessoas (2) Se diferenciar da concorrência (3) Atrair pessoas talentosas e alinhadas com seus valores para trabalhar na sua empresa.
Gostei. Por onde começo?
Segundo o Branding Journal um bom passo a passo para uma marca ética pode ser resumido em 8 pontos:
Propósito ético da marca – Por que sua marca importa para o mundo?
Valores e princípios éticos da marca – O que sua marca representa?
Produtos e serviços – Como eles podem ser projetados de forma ética?
Produção – Como materiais, embalagem, condições de trabalho e processos podem também ser melhores e mais justos e com impacto positivo para o planeta?
Cadeia de suprimentos e distribuição – como evitar desperdício, poluição e prejuízos às pessoas e ao planeta?
Comunicação – Como se comunicar de forma simples, honesta, transparente, afetuosa e comprometida?
Funcionários e outras partes interessadas – Como construir uma lógica ganha-ganha para todas as pessoas envolvidas?
Conexão com a comunidade – O que a marca entrega de benefícios e impacto positivo para a comunidade ou comunidades onde está inserida?
Quer mais? Se joga.
Um artigo que mergulha na comunicação da empresa mais brilhante do mundo quando o assunto é marca ética: Patagonia.
O maravilhoso artigo do Branding Journal que citamos como uma de nossas referências (em inglês).
Artigo da Exame Invest com dados sobre o consumo consciente e como ele veio pra ficar.
Um exemplo de comunicação & conteúdo pra te inspirar: a Mastercard lançou uma calculadora de carbono que mensura as emissões de carbono geradas pelas compras das pessoas nos seus cartões de crédito.
Outro exemplo, agora de produto e modelo de negócio: o Fairphone – o smartphone mais sustentável do planeta.
“Sei que parece loucura, mas sempre que tomei uma decisão que é melhor para o planeta, ganhei dinheiro”
— Yvon Chouinard, fundador da Patagonia em entrevista para a Inc. Magazine
Radar do Conteúdo – novidades da semana:
YouTube Shorts, rival direto do TikTok, acaba de estrear no Brasil
“Só você”: campanha do Spotify cria playlist personalizada e conteúdo exclusivo pra você postar nas suas redes sociais
Mais um capítulo da história de creators que viram marca: Larissa Manoela lança sua própria marca de telefonia móvel, a Laricel.
Conteúdos promissores para o dia dos namorados, segundo a Winnin.
Agora é possível criar ou vincular uma loja a sua conta pessoal no Instagram.
O conteúdo de vocês é maravilhoso mesmo, viu!?