Mind the gap: na turbulenta travessia rumo à Web3, quem está conduzindo o barco e quem está ficando para trás?
Mind the gap: na turbulenta travessia rumo à Web3, quem está conduzindo o barco e quem está ficando para trás?
Uma das coisas mais interessantes e, ao mesmo tempo, desafiadoras no trabalho com futurismo e análise de tendências é o fato de que o futuro-presente está sempre em construção.
Pelo efeito borboleta, aprendemos que as nossas ações do presente impactam diretamente o futuro associado a elas. Até aí, nenhuma grande novidade.
Porém, quando pensamos na turbulenta travessia que estamos fazendo rumo à Web3, surgem duas grandes perguntas: quem está conduzindo esse barco? E quem já está ficando para trás?
Hoje, aqui na CoolBox.
Olha a onda, olha a onda
Toda inovação tem a sua curva de difusão, um conceito desenvolvido pelo sociólogo Everett Rogers.
Sem garantia, muitos não querem ser os primeiros a entrar em algo novo, mas, por outro lado, ninguém gosta de ficar lá no final da fila. Então quando é a hora certa de entrar no barco?
Isso pode gerar quase um paradoxo, porque a Internet é formada por pessoas: tanto para trabalhar em uma ponta, quanto para usá-la em outra.
É claro que esses bilionários donos das big techs têm um poder gigante nas mãos para nos "convencer" a aderir ao metaverso, por exemplo, mas ainda assim eles precisam de muitas pessoas lá dentro - ou então, nada irá funcionar. Pessoas que queiram participar e também pessoas capazes de fazer – com as habilidades e competências necessárias para um plano virar realidade. A pergunta é: essas pessoas existem?
Mind the gap
"Mind the gap", ou, em bom português: cuidado com o vão.
Esse gap de talentos na tecnologia existe e tende a se acentuar nos próximos anos, com muitas vagas literalmente sobrando: o déficit de profissionais na tecnologia pode chegar a 260 mil até 2024 (Brasscom).
Isso acontece em vários países do mundo, mas no Brasil temos lacunas de ensino que esbarram em questões estruturais e agravam bastante esse problema.
Dentre os muitos desafios da Web 3.0, a Tatiana Revoredo, CSO na The Global Strategy e fundadora da Oxford Blockchain Foundation, destacou justamente a aprendizagem.
Onde estão as pessoas qualificadas para trabalharem na área e treinarem outras? Onde e como encontrar boas referências em um mercado ainda tão novo?
Segundo Ana Andjelic, que escreve a excelente Newsletter "The Sociology of Business", a contratação de talentos para a Web3 deve considerar 4 grandes pilares de competências:
1) conhecimento sobre marcas e negócios
2) conhecimento sobre cultura e comportamento do consumidor
3) tecnologia
4) criatividade.
Perceba que ter conhecimentos mais técnicos e específicos sobre tecnologia é muito importante, claro, mas isso representa apenas 1 de 4 pilares. Uma visão interdisciplinar e sensibilidade para ler as entrelinhas que ajudam a captar o espírito do tempo são qualidades ainda mais valiosas nesse profissional do futuro.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
A gente sabe que tudo que é novo pode assustar em um primeiro momento, porque o desconhecido tende a gerar desconforto. Mas à medida que você vai se informando mais sobre o assunto, vai perceber que não é nenhum bicho de sete cabeças.
Acreditamos que, cedo ou tarde, esses assuntos irão impactar a todos nós, então quanto antes você começar a se familiarizar com os termos, melhor.
Se você trabalha para uma empresa ou por conta própria e tem interesse em migrar para essas áreas, busque conhecimento. Se estiver dentro das suas possibilidades atuais, considere escolher uma especialização, um MBA ou outros tipos de cursos livres mais robustos que te ajudem a encarar essa transição.
Quanto aos talentos, se você tem uma empresa, considere investir primeiro em programas de treinamentos personalizados e experiências de aprendizagem dentro de casa.
Está precisando de apoio para desenvolver soluções ágeis em aprendizagem dentro da sua empresa?
Se a saída for a contratação, é importante manter um olhar muito bem apurado para conseguir encontrar os diamantes, valorizá-los e assim mantê-los por perto, trabalhando dentro ou com a sua empresa.
Para a retenção desses profissionais, além dos salários atrativos e benefícios, outros dois pontos são bem importantes: a adoção do trabalho remoto e a cultura da empresa.
De forma geral, o que podemos dizer é: não se afobe, mas também não durma no ponto. O timing talvez seja o ingrediente mais importante da inovação.
Eu poderia emoldurar essa frase:
"São os desenvolvedores que escolhem a empresa."
César Barboza - Diretor de Talentos da Hotmart.
Radar do Futuro-Presente
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