Pílulas de SXSW: o Futuro-Presente do Marketing
Nossos principais insights da cobertura à distância do SXSW, agora focados no universo do Marketing.
O SXSW teoricamente já acabou, mas na prática seu impacto continua reverberando através do conteúdo gerado, dos insights que borbulham em quem teve algum contato (presencial ou virtual) com o festival e das ações que devem ser tomadas daqui para frente.
Fica, vai ter bolo: na CoolBox de hoje, vamos nos aprofundar um pouco mais nesse tema SXSW para pensar no que o festival está nos apontando como pistas para o futuro-presente do Marketing.
Para acessar a CoolBox da semana passada sobre macrotendências e a inovação como cultura, clique aqui.
Conteúdo como essência, não tendência
A CoolHow chegou na Internet quando tudo era mato, então já até nos acostumamos a ter que explicar tanto para possíveis clientes quanto para nossas tias na noite de Natal: mas afinal, o que faz um criador de conteúdo digital?
Com o amadurecimento do mercado nos últimos anos, principalmente agora nesse grande boom que vivemos com a pandemia, a situação tem mudado de figura.
À medida que as redes sociais se consolidam cada vez mais em nossas rotinas, o conteúdo já saiu do lugar de mera tendência para passar a ser parte da essência de uma marca.
Nessa disputa cada vez maior pela atenção das pessoas, é muito improvável que uma marca que ainda faz propaganda como fazia há alguns anos atrás consiga ter resultados satisfatórios.
Usuários < Membros
A gente já não usava o termo "usuários" em nossos textos por diversos motivos, então foi bom poder confirmar isso na palestra da Sandy Carter, que defendeu a troca de usuários para membros no contexto da Web3 principalmente a partir do momento que cada pessoa se torne "dona e proprietária" dos seus dados e identidade digital.
Sim, escolher as palavras certas é importante.
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Novos limites na publicidade
Nandini Jammi, co-criadora do movimento Sleeping Giants, e Claire Atki brilharam no evento apresentando ferramentas da empresa Check My Ads, fundada em 2020 com a missão de desmantelar a cadeia econômica que sustenta a desinformação no mundo digital.
“Neste ano, anunciantes vão investir cerca de US$ 700 bilhões em campanhas e uma parte desse dinheiro vai para o bolso de operações ligadas à desinformação. Mas nós acreditamos que a maior crise da nossa geração tem solução”, afirmou Nandini.
Sem você saber, nesse minuto, anúncios da sua marca podem estar aparecendo em páginas com conteúdos violentos que espalham ódio ou desinformação na Internet.
Em ano de eleições presidenciais no Brasil, esse tema é mais urgente do que nunca. Tem muita coisa em jogo.
Colab não é modinha
Trocar a mentalidade de competição por uma de colaboração não chega a ser nenhuma novidade, sabemos, mas essa é uma atualização tão importante que é válido reforçar isso quando surge uma boa oportunidade.
Dos posts colaborativos no Instagram aos lançamentos de produtos por duas marcas diferentes e complementares, parece que as colabs vieram mesmo para ficar no mundo do Marketing.
Olhe atentamente para frente e para os lados: sua parceria de negócios pode estar logo aí ;)
A ciência e o conteúdo podem caminhar juntos
Razão e emoção, direita e esquerda, exatas e humanas: a mistura da criatividade com a ciência pode dar bastante certo e tornar o Marketing uma disciplina cada vez mais híbrida.
Além da crescente importância dos dados para a tomada de decisões, saindo do "achismo", destacamos as sessões que trataram do neuromarketing - campo de estudo que busca compreender e prever o comportamento do consumidor através da forma como processamos as informações no cérebro.
Na palestra "What Makes TikTok Tick", Pranav Yadav, neurocientista, e Jorge Ruiz, Head de Marketing Science do TikTok, explicaram como uma direção de arte e design bem-feitos podem impactar positivamente no desempenho de uma comunicação.
Já a pesquisadora e neurocientista Carmen Simon, na palestra "Forgettable, That´s What You Are (Until Now)", trouxe um dado importante: após 48 horas de exposição a um determinado conteúdo, as pessoas conseguem reter menos de 1% dele. Haja memória para tanto conteúdo a que somos expostos diariamente!
Pergunta de um milhão de dólares: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
O Marketing é a alma do negócio. Todo mundo sabe vender, nem que seja vender uma ideia. Podemos dizer que o comércio, ainda que seja através das trocas, faz parte da natureza humana.
O que constantemente muda (ou deveria mudar) é a forma - o como fazemos.
Sobre todo o burburinho em torno do metaverso e outras palavrinhas mágicas do momento, nós acreditamos que os creators e as marcas precisam se inteirar sobre esses novos termos para acompanhar a movimentação, claro, mas também precisam ter o cuidado de assumir riscos de uma forma consciente e calculada. Afinal, ainda estamos em um cenário de muita especulação.
De forma geral, reforçamos o convite do SXSW para vestir a inovação como uma lente para o mundo, olhar para dentro e repensar tudo que pode ser mudado e melhorado.
Acreditamos que o caminho passa por encontrar um equilíbrio entre se manter firme e fiel à sua essência, os seus "por quês", mas se adaptando para acompanhar os movimentos e constantemente mudando a sua forma de operar - o seu "como".
Eu poderia tatuar essa frase:
"Quando você dá tempo e liberdade criativa para as pessoas, abre espaço para projetos muito inovadores. Muitos dos projetos mais inovadores do Google, por exemplo, surgiram a partir do tempo livre dos engenheiros."
Ann Hiatt, Leadership Strategist na Hipergiant e escritora
Radar do Futuro-Presente
SXSW 2022: aprendizados para além do hype (The Shift)
Como desmantelar a economia da desinformação (Clube de Criação)
Fake News e Eleições: quais as medidas do Google e YouTube (Meio & Mensagem)
Os rumos da influência (Gente e VIUHUB)
10 leituras essenciais pós-SXSW (Gente, Globo)
Instagram retoma feed cronológico e inicia mudanças na timeline (Meio & Mensagem)
Para baixar: "The Future of Content Report" (Variety) e "The Neuroscience of Digital Content" (B2B Decision Labs).