Reinventado: o que mudou nos hábitos de consumo do brasileiro?
Estudo aponta que 5 novos critérios passaram a fazer parte da tomada de decisão de compra.
No mundo, eu disse no mundo, o Brasil foi o país que mais mudou seu perfil de consumo no pós pandemia. Nós sofremos mais que a maioria dos países, seja com o número de casos ou com as restrições que vieram em consequência da gravidade da epidemia em terras brasileiras. Em função disso, a nossa única alternativa foi nos adaptarmos e experimentarmos novos hábitos. Que já não são tão novos assim, depois de um ano e meio em que estamos mergulhados neles. No consumo esses novos hábitos criaram um novo perfil de consumidor, chamado por uma pesquisa recém lançada de "Consumidores Reimaginados". É sobre essa pesquisa e suas conclusões, a nossa CoolBox de hoje.
Ninguém se reinventou mais que a gente
O estudo “Life Reimagined: motivações para consumidores modernos”, desenvolvido pela Accenture Strategy e Accenture Interactive, ouviu mais de 25 mil consumidores em 22 países. Em cinco lugares específicos – Brasil, China, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos – foram também realizados grupos focais para aprofundamento de algumas questões. E um dos principais resultados foi: somos campeões em mudança.
Junto com a Índia, estamos em primeiríssimo lugar em proporção de “consumidores reimaginados”. Dentre os brasileiros, 71% dizem que mudaram totalmente os critérios de compra, 21% estão em evolução e apenas 8% colocam os fatores de preço e a qualidade em primeiro lugar.
Nossa. Mas o que mudou?
O principal fator que gerou essa revolução foi a busca e a luta por um propósito. A partir disso, apesar de preço e qualidade continuarem firmes dentre os critérios na tomada de decisão de compra, as pessoas agora levam outros 5 fatores em consideração:
Saúde e segurança
Serviços e cuidados pessoais
Facilidade e conveniência
Origem do produto
Confiança e reputação
O que quer dizer que é preciso dar mais motivos para as pessoas escolherem seu produto ou serviço.
Traduzindo
Em saúde e segurança, os consumidores querem saber se você está cuidado da segurança dele e dos seus funcionários.
Já em se tratando de serviços e cuidados pessoais, eles esperam mais interação com o atendimento ao cliente. Querem respostas mais rápidas e mais atenção em relação às suas preocupações e necessidades.
Por falar nisso, facilidade e conveniência é um critério-chave. O consumidor pós pandemia espera encontra sua marca em qualquer lugar do mundo físico ou digital. De preferência, entregando tudo que precisa, quando precisa e em todos os canais.
O estudo também confirmou algo que já suspeitávamos sobre origem do produto: os consumidores querem cada vez mais saber “o que entra em um produto, como ele é produzido e se ele veio de muito longe”.
Por último, e super importante, vem confiança e reputação. As pessoas desejam saber se podem confiar em você em relação a fazer a coisa certa para elas e não apenas para o seu negócio. Se podem mesmo confiar no que você diz defender e representar.
Pergunta de um milhão de dólares: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
O próprio estudo da Accenture oferece uma conclusão maravilhosa para responder essa pergunta:
As empresas têm se esforçado para atender às necessidades dos consumidores ao longo da pandemia, a um custo alto e provavelmente insustentável. Elas precisarão avaliar a permanência das novas experiências e concessões que ofereceram, pois o que foi aprendido pelos clientes ao longo da pandemia pode não ser facilmente desaprendido. As percepções sobre a disposição dos consumidores de trocar, permanecer ou pagar por causa de uma ou várias ofertas ajudam as empresas a entender o risco e as recompensas de cada cenário de resolução.
Ou seja, é hora de avaliar o que mudou, o que é possível fazer e o que precisa urgentemente ser feito para atender a essas novas demandas das pessoas. E mais ainda, é preciso pensar como o seu conteúdo pode mostrar às pessoas a sua posição em relação a cada um dos critérios.
Eu poderia tatuar essa frase:
Os consumidores abandonarão as marcas que não suportam seus valores - e pagarão ainda mais por aquelas que o fazem.
— Life Reimagined: motivações para consumidores modernos, estudo Accenture Strategy e Accenture Interactive
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