2022 está uma intensidade pura, né?
Começamos o ano com o aumento dos casos de covid, passamos pela retomada das atividades presenciais e estamos às vésperas de uma eleição polarizada, em que muita coisa está em jogo e há uma eletricidade no ar. Se em alguns momentos essa eletricidade toda leva a um movimento criativo, em outros ela pode chegar ao limite de gerar um curto-circuito.
Pane no sistema.
Estamos exaustos.
E o interesse pelas redes sociais, que pareciam que iam crescer exponencialmente ad eternum, podem estar chegando a um ponto de saturação. O auge das redes sociais, ao menos como nós as conhecemos, está passando.
Bora falar sobre isso?
A crise do Zuck
Em 2021, fizemos uma CoolBox especial sobre um possível "fim do Instagram" se aproximando. Em 2022, estamos indo além para concordar com especialistas de que há mudanças ainda maiores acontecendo no terreno das redes sociais.
Para Scott Rosenberg, editor de tecnologia do site norte-americano Axios, "a era em que as redes sociais, ou seja, de conexões com amigos e algumas poucas fontes de conteúdo, era a experiência primária das pessoas com a Internet está ficando para trás."
Segundo ele, nosso contato com pessoas que conhecemos vai ficar cada vez mais focado em mensagens e grupos privados. Por outro lado, os Feeds vão funcionar como uma espécie de TV aberta de conteúdos disputando nossa atenção, através de algoritmos de recomendação.
Michal Mignano, um dos principais investidores do Vale do Silício, segue nessa mesma linha:
“É o fim das redes sociais e o início das redes de recomendação. É o novo padrão de distribuição de mídia. Conexões com amigos não conseguem competir com isso”.
O modelo desenhado e apresentado pelo Mark Zuckerberg quando fundou o Facebook foi ruindo também pelos seus próprios erros megalomaníacos, como os escândalos envolvendo vazamentos de dados, a interferência nas Eleições e na democracia de países, entre outras ações de caráter duvidoso.
Isso tudo está custando caro para ele: o Zuckerberg saiu recentemente da lista dos dez homens mais ricos dos EUA. Segundo a Forbes, ele perdeu mais da metade de sua fortuna, o equivalente a US$ 76,8 bilhões, desde setembro de 2021 (InfoMoney).
Tudo ao mesmo tempo agora
A demanda reprimida da pandemia, com quase dois anos de restrições no ir e vir, pode ajudar a explicar o fato de 2022 estar sendo um ano tão intenso e mais focado em experiências presenciais do que digitais.
Que digam os festivais de música, os eventos e conferências de negócios batendo recordes de público por aí.
Dar uma olhadinha nas redes sociais pelo celular hoje é como entrar em um campo minado de gatilhos: um monte de gente viajando e “living la vida loca”, a festa que você não foi convidado, a ex que já está namorando com outra pessoa e por aí vai. Durante a semana, o tom é outro: comentários sobre os últimos absurdos do momento e discussões políticas bem acaloradas.
Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, fica difícil acompanhar o mundo, dar atualizações sobre o que você anda fazendo e ainda acompanhar tantas atualizações da vida dos outros: família, amigos e pessoas que você gosta, seus criadores de conteúdo preferidos, etc.
O que estamos realmente perdendo quando passamos mais tempo offline?
Viver algo incrível sem postar nada sobre isso, ou então viver primeiro e só postar depois: não se trata de um mistério meio forçado para fazer o estilo low profile (OK, em alguns casos pode até ser), mas sim de caminhos possíveis para lidar melhor com o mundo digital em prol da nossa saúde mental.
Além disso tudo, temos também as insatisfações com os formatos e plataformas. Muitas pessoas estão cansando do Instagram, não se identificam com o formato ultra-veloz dos vídeos curtos no TikTok e estão se sentindo em um limbo.
Algumas estão encontrando refúgio nas Newsletters (oie) e, se você está aqui nos lendo, é bem provável que seja uma delas.
Como anda sua relação com as redes sociais nesse momento?
Conta pra gente aqui nos comentários!
Fonte: @contente.vc
Radar do futuro-presente
Referências para aprofundar no assunto de hoje: Nexo Jornal e Fast Company
Digital: Startup leva educação política para o Fortnite, com conteúdo informativo voltado para jovens que irão votar pela primeira vez. (PropMark)
Sociedade: Itaú se une à CBF para debater o racismo no futebol (Meio & Mensagem)
ESG: pegada de carbono no mercado de publicidade e como neutralizá-la (Meio & Mensagem)
Diversidade: Pesquisa da Havaianas sobre a situação dos profissionais LGBTQIA+ nas empresas (Forbes)
Gostei desse conteúdo e da visão sobre o futuro das redes sociais. Acredito que muito em breve um novo tipo de bolha social(ou nicho) vai surgir, o das pessoas que se recusam a estar ativas nas redes.