A conta chegou. Bateu o cansaço aí de consumir e produzir conteúdo? Segura aqui minha mão e saiba que você não está só. O termo "fadiga de conteúdo”vem crescendo desde 2014 e parece que chegou a um nível bem alto, graças à pandemia de coronavírus. Na CoolBox de hoje vamos explicar esse caminho e apresentar algumas alternativas para fugirmos desse cansaço.
Por que estamos exaustos?
No evento Social Media Marketing World de 2014 foi compartilhada uma informação que deixou as pessoas participantes atordoadas: o volume de conteúdo no ambienta digital iria aumentar em 600% até 2020. Tudo indica que foi nesse momento e contexto que surgiu a expressão "fadiga de conteúdo” para traduzir a sensação de esgotamento que as pessoas experimentavam com a quantidade de dados e informações que as alcançavam todos os dias.
Sete anos depois, nós é que estamos em choque, porque a previsão se concretizou e a expressão faz mais sentido ainda. Por falar em choque, o autor Mark Schaefer chamou o tempo que vivemos de Era do “Choque de Conteúdo”, e afirma que os cérebros humanos simplesmente atingiram sua capacidade.
E no meio de tanta abundância de estímulos e escassez de atenção, as marcas passaram a disputar pelo nosso tempo através do marketing de conteúdo. O que só ganhou ainda mais força com a pandemia, quando praticamente todos os negócios precisaram se concentrar nos canais digitais para se conectarem com suas audiências.
A regra do tem que postar
E com o marketing de conteúdo vieram as fórmulas e dogmas. Conteúdos genéricos e completamente sem sentido inundaram as redes sociais e os e-mails. No entanto, se no passado eles traziam algum resultado, hoje são apenas ruído. As pessoas estão se tornando mais criteriosas e querem conteúdos que verdadeiramente conectam com elas.
O problema dos canais
Para agravar ainda mais nossa situação, vivemos um momento de profusão de formatos e canais. É vídeo longo, vídeo curto, frase curta, áudio ao vivo, imagem, texto, podcast, etc. E do lado dos canais, nos perdemos no meio de tantos perfis que precisamos acompanhar, gerenciar, alimentar. Mas no fim, a maioria deles não traz os resultados que as marcas esperam, porque muitas vezes estão atendendo apenas os próprios interesses (dê uma olhada na edição da CoolBox que falamos sobre esse assunto).
Aí as marcas acabam recorrendo aos aplicativos de mensagem instantânea (WhatsApp e Telegram) e aos e-mails. Que também já estão saturados. Em artigo para a Propmark, Rodrigo Mesquista escreveu:
De acordo com uma pesquisa realizada pela Data Marketing Association (DMA), o volume global de envio de e-mail marketing em 2020 atingiu níveis bem acima do normal comparado ao ano de 2019, onde o pico de e-mails enviados era somente em grandes datas comemorativas. Ou seja, desde o início da pandemia, recorrer ao digital para continuar se comunicando com os seus clientes fez com que mais empresas começassem a enviar mais e-mails para mais pessoas.
Traduzindo
Não tem pra onde correr. O que precisamos fazer é ficar e apostar em três pontos no nosso conteúdo:
Consistência e qualidade – não é sobre volume, é sobre a capacidade de entregar bom conteúdo com regularidade.
Especialidade – ser referência em um único tema pode ser o que te separa da multidão.
Humanidade – ser de verdade, ser humano em cada interação, pra não se deixar confundir com e-mails robotizados e posts que estão ali apenas preenchendo grade de conteúdo, sem propósito e sem significado.
Pergunta de um milhão de dólares: como isso impacta minha marca, projeto ou carreira?
Olha, a gente podia até tentar ser mais esperançosos aqui, mas não vai dar. A curto prazo, a tendência é realmente sentirmos uma piora nessa fadiga de conteúdo. Apesar dos anos de existência, o marketing digital ainda é muito novo e ainda tem muito a amadurecer, principalmente nessa virada de chave de interrupção para participação na conversa. Continuar aprendendo o tempo todo é fundamental. Não para produzir mais conteúdo, mas para criar conteúdos melhores.
Inclusive vem aí uma data desafiadora nesse sentido: Black Friday. As marcas precisarão se dedicar ainda mais para não verem suas mensagens perdidas no ruído digital este ano.
Eu poderia tatuar essa frase (uma obviedade que precisa ser dita):
“Não precisamos de mais conteúdo. Precisamos de um conteúdo melhor.”
— Ann Handley, escritora, palestrante e consultora de marketing
Radar do Conteúdo – novidades da semana:
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Instagram vai liberar publicação pelo PC para todos os usuários (Tecnoblog)
Comprovado por pesquisa: menos hashtags é igual a mais engajamento. (@coolhow)
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