Carnaval além da folia: o que podemos aprender com as escolas de samba?
Há um dia do início oficial da maior festa coletiva do país, a gente acredita que a essa altura sua mente ou está pensando em como aproveitar o Carnaval ao máximo ou em como descansar ao máximo neste período ou em como é triste não ter folga nos dias de folia. Uma coisa é certa: se você vive e está no Brasil neste momento, é impossível ignorar que é Carnaval!
Do lado de cá, nós, que não somos bobos nem nada, decidimos aproveitar a data para hackear aquilo que temos a aprender com a festa quando o assunto é educação. E é claro que as nossas reflexões nos levaram diretamente a elas, as escolas de samba. Você já parou para pensar em tudo que elas têm a nos ensinar?
Vem cá que a gente te explica!
Uma trajetória quase centenária
As escolas de samba têm suas raízes nas festividades populares do Rio de Janeiro do final do século XIX e início do século XX, muitas delas realizadas por comunidades afrodescendentes, que traziam suas tradições culturais africanas para o Brasil.
A primeira escola de samba oficialmente reconhecida no país, com todos os elementos que caracterizam uma escola de samba atualmente, foi a Deixa Falar, fundada em 1928 pelo sambista carioca Ismael Silva. No entanto, a mais antiga ainda em atividade é a Estação Primeira de Mangueira, fundada no mesmo ano.
Segundo informações da página do Carnaval do Rio, o termo escola de samba foi cunhado porque os sambistas costumavam se reunir em frente à antiga Escola Normal e se autodenominavam “professores do samba”. Justo! Afinal, nunca foi só samba, sempre foi conhecimento compartilhado.
A partir da década de 1930, as escolas de samba começaram a se organizar em ligas e a competir em desfiles de Carnaval. Essas competições de desfile se tornaram o ponto alto da festa, com escolas disputando para serem reconhecidas como as melhores em diversas categorias, como samba-enredo, fantasia, bateria, e harmonia.
Ao longo dos anos, elas deixaram de se limitar apenas ao Rio de Janeiro e se espalharam por todo o Brasil, influenciando outras regiões a adotarem esse estilo de celebração carnavalesca. Hoje, cidades como São Paulo, Salvador e Recife também têm suas próprias tradições de escolas de samba ou desfiles similares, atraindo turistas do mundo todo e gerando um faturamento bilionário para o país.
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Uma história de resistência
Desde a sua fundação, as escolas de samba se tornaram não apenas uma forma de entretenimento durante o Carnaval, mas também uma expressão cultural significativa que celebra a identidade afro-brasileira, promove a inclusão social e estimula o orgulho nacional.
Mas não foi sempre assim. Antes do seu surgimento, as celebrações carnavalescas no Rio de Janeiro eram dominadas pelas elites e pelas classes médias. Os sambistas e a prática do samba eram alvo de repressão em seus locais de encontro. Mesmo em encontros em pequenos grupos, em suas casas ou nas ruas, eles corriam o risco de serem coagidos e terem seus instrumentos musicais confiscados pela polícia.
Acredite ou não, o direito de sambar nas ruas do Rio de Janeiro, por muitos anos, era apenas “tolerado”, sendo frequentemente reprimido e proibido de forma arbitrária.
Um exemplo de planejamento e gestão
Imagina finalizar um projeto sabendo que você terá 12 meses para planejar e executar o próximo e que este precisa ser ainda melhor, mais inovador e com a mesma lógica de organização do que aquele que você acabou de apresentar. Acrescente aí que esse projeto envolve a gestão de mais de 3 mil pessoas responsáveis por desde a execução dos carros alegóricos até as coreografias e limpeza dos barracões. E aí, você toparia?!
Pois bem, essa é a lógica das escolas de samba, cujo modelo de gestão mais eficaz é a participativa, considerada uma das abordagens mais complexas para a administração de uma organização.
Os principais desafios enfrentados por este modelo se relacionam ao envolvimento e gestão de todas as pessoas envolvidas no processo, fundamental para o alcance dos resultados tanto a curto quanto a longo prazo.
A vantagem é que quando a organização consegue cultivar a compreensão da importância do papel de cada pessoa colaboradora na empresa, fica mais fácil melhorar e motivar as relações de trabalho, promover a integração entre todas as pessoas envolvidas nos processos e fomentar um sentimento de pertencimento, entendimento e compreensão dos seus objetivos.
Tendo em vista esses aspectos, fica fácil perceber que as escolas de samba já possuem esse diferencial, pois contam com pessoas altamente qualificadas e motivadas, caracterizadas por sua criatividade e pela capacidade de trabalhar em equipe. Com o extra de que ainda fazem isso com muita alegria.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
A pergunta de hoje poderia ser lindamente adaptada para “como isso inspira minha marca, carreira ou negócio?”, já que são várias as lições a serem aprendidas com as escolas de samba. Para além de um modelo de gestão complexa e do trabalho em equipe, que já citamos acima, aqui estão mais algumas:
Liderança inclusiva: as escolas de samba geralmente têm uma hierarquia clara, mas a liderança é frequentemente inclusiva e colaborativa. As empresas podem aprender a envolver as pessoas colaboradoras em processos de tomada de decisão e valorizar suas contribuições.
Criatividade e inovação: a cada ano, vemos as escolas de samba se superarem em criatividade e inovação com a criação de grandes espetáculos. O incentivo à experimentação pode ser uma boa forma de as empresas encorajarem a criatividade em sua equipe de colaboradores.
Resiliência e adaptação: a gente sabe que as escolas de samba também enfrentam desafios como limitações de orçamento e prazos apertados, mas muitas vezes conseguem superá-los com resiliência e capacidade de adaptação. Uma cultura organizacional que valorize a flexibilidade e a resiliência pode ajudar as empresas a lidarem melhor com incertezas e mudanças.
Celebração da diversidade: as escolas de samba refletem a diversidade cultural do Brasil e celebram diferentes tradições e influências. Estamos sempre falando aqui do quanto é importante que negócios e marcas de quaisquer tamanhos valorizem a diversidade em sua força de trabalho e criem um ambiente inclusivo onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas.
Foco na excelência: as escolas de samba estão sempre buscando a excelência em seus desfiles. Isso requer dedicação, comprometimento e atenção aos detalhes. As empresas podem aprender a cultivar uma cultura de excelência, criando um ambiente e processos de aprendizagem que sejam capazes de motivar as pessoas a serem melhores.
Se você identifica que a sua empresa precisa se fortalecer em quaisquer dos aspectos acima, fala com a gente. Podemos desenvolver soluções sob medidas para você!
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