Clima de Copa: afinal, quem quer trabalhar?
Não é que o tal clima de Copa existe mesmo?
Está sentindo por aí?
Por aqui, ele chegou e o tema da edição de hoje não poderia ser outro. Mas, como sempre, é claro que a gente vai buscar ir além do óbvio e traçar paralelos com nossos assuntos preferidos no mundo do trabalho e dos negócios.
Pega o salgadinho, abre uma cerveja (se você puder) e vamos!
Ou isso ou aquilo
Pois é. Chegaram os Jogos da Copa e isso logo reacendeu um debate já tradicional: afinal, qual é o melhor modelo de trabalho? Presencial, híbrido ou remoto?
Quem já se acostumou com a dinâmica do trabalho remoto acaba tendo uma certa vantagem em administrar o caos, quer dizer, as linhas entre lazer e concentração, entre vida pessoal e profissional. O modo online e offline, para quem trabalha remotamente, é mais como uma chavinha interna (e por vezes sutil) do que um deslocamento físico ou um uniforme. E isso faz muita diferença.
OK. Agora pensando nos que trabalham em modelo presencial, um dos assuntos do momento é: liberar ou não o expediente nos jogos do Brasil?
Como é uma dúvida comum, vale a informação prática de que os dias de jogos da seleção na Copa não são considerados feriados. Por isso, as empresas não têm obrigação legal de liberar seus colaboradores, nem de paralisar ou suspender suas atividades para assistirem aos jogos, segundo o advogado trabalhista Mourival Boaventura em entrevista para a Valor Investe.
Uma alternativa que tem sido utilizada pelas empresas é colocar um telão, comes e bebes para todo mundo assistir ao jogo junto e depois, bem, voltar logo a trabalhar. Tem gente no LinkedIn falando que assistir aos jogos da Copa na empresa com os colegas de trabalho é uma oportunidade de descompressão na rotina e de conexão. Melhor do que nada, isso com certeza. Mas será que é lá que escolheriam estar? 🤔
Será que o ambiente de trabalho permite uma verdadeira descontração, ou só o fato de estar com colegas e superiores já faz com que a gente tenha que assumir uma "persona" mais contida e nos impeça de extravasar nossas emoções de verdade?
A gente diria que não.
Por mais leve e agradável que seja esse ambiente, vamos combinar e lembrar que equipe de trabalho não é família?
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Brasilidade em alta
Com a Copa, a estética da Brasilidade está em alta!
Você já ouviu falar no termo ‘Brazilcore’?
O querido André Carvalhal falou sobre isso em sua excelente News ("Carvalhando") e vamos fazer só uma citação: essa é uma tendência que tem aparecido nas redes, trazendo elementos visuais do Brasil e das nossas cores para uma estética "modernizada". Ou embranquecida?
Nesse ponto, vale a crítica da historiadora Giovanna Heliodoro que apontou que “Brazilcore é o nome dado para uma estética que, mais uma vez, surge nas favelas e só passa a ser reconhecida quando as pessoas brancas e/ou da ‘elite da moda’ passam a utilizá-la.”
Lembra do "Girl from Rio", da Anitta?
É interessante perceber que o Brasil é uma marca forte e esses eventos esportivos internacionais, como a Copa e as Olimpíadas, alimentam nossa imagem e projeção mundial. São momentos que há um destaque para a nossa cultura como um todo, em especial para as PESSOAS brasileiras, geralmente com aquela personalidade calorosa, extrovertida e até meio ~debochada~.
Sim, o Brasil é mais que samba e futebol. Sabemos que esses elementos contribuem para os estereótipos, inclusive bastante sexistas, que ainda existem sobre nosso país. Mas negá-los completamente também não parece ser o melhor caminho.
Um movimento interessante de observar é a ressignificação dessas referências, em busca de um sentimento de pertencimento que pode levar a uma autoestima coletiva.
Ainda no campo estético, está rolando também uma discussão forte sobre a apropriação dos símbolos e até das cores da bandeira do Brasil por parte do ex-presidente, com suas narrativas de "patriotismo", e o que pode ser feito para reverter esse quadro.
Tem artistas propondo novas versões para a bandeira do Brasil:
Já outras pessoas, inclusive o presidente eleito Lula, estão batendo no peito para defender que está na hora de reivindicar esses símbolos que, ao menos em tese, nos pertencem.
Bom. Se depender dos memes e da Internet, a bandeira está ON!
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
E por aí, como está o expediente nos dias de jogo do Brasil?
Se você está em uma posição de liderança, converse com as pessoas da sua equipe para entender o que preferem e como elas podem administrar suas demandas nesse contexto, priorizando sempre a autonomia e a responsabilidade no lugar da vigilância e do controle.
Aqueles antigos esquemas de revezamento e escalas também podem ser uma boa opção. Tem quem nem ligue tanto para futebol, mas não dá para negar que é um elemento bem forte na cultura BR. E Copa só tem 1 vez a cada 4 anos, então considere isso tudo na hora de definir o esquema de funcionamento da sua empresa nos dias de jogo.
Por outro lado, é importante cuidar para não se deixar engolir ou atropelar por esse fim de ano. Nem todas as empresas podem se dar ao luxo de parar para a Copa.
No final, acreditamos que esse seja mais um exemplo do delicado equilíbrio entre produtividade e bem-estar, entre o ideal e o possível.
Radar do Futuro-Presente:
Refs: O rebranding da CBF (case). O banco de imagens gratuito Brasil com S. O estudo Branding Brasil, da Ana Couto. E a curadoria impecável da Brasil Mood.
Gol do Casimiro (o streamer): tem matéria sobre os recordes da sua transmissão via YouTube no Meio e Mensagem e uma análise interessante do Ronaldo Fonseca no LinkedIn.
Falando sobre dinheiro: o perfil das startups em que as empresas querem investir (Forbes)
All about design: É assim um escritório desenhado pensando no trabalho remoto (Fast Company)