O mundo está em ebulição, com alguns paradigmas profundamente enraizados sendo (finalmente) questionados. E a educação está no centro de uma tempestade de ideias e debates - sendo impactada por ela, ao mesmo tempo em que a produz.
Como podemos ensinar e aprender em tempos de ChatGPT, sem ficar apenas reproduzindo o senso comum e todos os clichês do mundo?
Mas será que os modelos educacionais, mídias e forças dominantes já não se encarregavam dessa padronização de pensamento muito antes da "inteligência" artificial chegar? 🤔
Hoje vamos conversar sobre a base de tudo: educação.
Ref: Another Brick in the Wall, Pink Floyd
Como nossos pais
Cultura educacional é um termo que pode ser entendido como um conjunto de costumes, hábitos, visões de mundo e modos de interagir que vemos como “normais” no contexto da educação. Essa cultura é altamente influenciada, ou mesmo moldada, por diversos fatores, principalmente a nossa criação - o que inclui os modelos mentais de nossos pais e as primeiras referências que tivemos de professores na escola.
Historicamente, podemos dizer que já avançamos bastante ao sair do contexto das escolas punitivas em que as figuras de professores e diretores eram as autoridades máximas, de palmatórias na mão, prontos para castigar fisicamente quem saísse da linha.
Quem aí lembra daquele filme sessão da tarde "Matilda", uma menina sofrendo com os pais que não entendiam sua sensibilidade e com uma diretora tirana, que depois floresceu com a professora que a acolheu?
Ref: Matilda (1996)
Ficção à parte, nós avançamos sim, porém ainda vivemos em uma cultura educacional pautada por resquícios de autoritarismo e pela heterodireção – quando o outro controla o que, como, com quem, quando, onde e até porque você aprende. Mesmo sem uma violência explícita, uma postura heterodirigida na educação pode ser bem mais sutil e adentrar outras áreas da vida, fazendo com que muitas pessoas se rendam à passividade e ao conformismo confortável.
Mas e aquelas outras pessoas meio indisciplinadas, que questionam demais na aula?
Elas podem até não ser as preferidas dos professores já que dão muito trabalho e ameaçam balançar as dinâmicas de poder nesse espaço, mas muitas delas são as que, no futuro, podem vir a deixar suas marcas no mundo como empreendedores, cientistas e artistas - isso caso consigam ultrapassar as tantas barreiras sociais e não desanimem.
Já parou para pensar quantos talentos são desperdiçados nesse modelo educacional quadrado?
Deixa que eu dirijo
O oposto de educação heterodirigida seria a autodirigida, que é geralmente definida como um processo de conhecimento em que o próprio indivíduo assume o protagonismo de sua evolução, buscando um modelo mental de crescimento pessoal em que você é o seu próprio mestre ou algo do tipo.
Com a disseminação da Internet, passamos a consumir conteúdos fragmentados, comprar cursos livres e rápidos a um clique de distância e nos aventurar nos terrenos do autodidatismo.
Veja: a autonomia é mesmo super importante para desenvolver o senso crítico e assumir essa postura mais questionadora diante do mundo, mas em excesso também pode fazer com que você se perca em um oceano de informações soltas e desencontradas. Como tudo na vida, é uma questão de equilíbrio.
Além disso, também não podemos cair na cilada de usar os problemas que citamos e tantos outros como argumento para deslegitimar a educação formal em si. A escola como espaço de convívio e de formação de laços sociais e comunitários não pode ser plenamente substituída por canais de YouTube e uma pilha de livros lidos em casa, justamente porque seus aprendizados vão muito além do conteúdo programático.
Já no caso de um conhecimento técnico, como uma pós-graduação, um grande valor reside na coordenação pedagógica e na forma de desenhar a experiência de aprendizagem. Por exemplo: você pode ter começado a empreender estudando e agindo por conta própria, na prática, mas ter acesso a um curso bem estruturado de gestão de negócios pode fazer toda a diferença ao organizar melhor esse conhecimento na sua cabeça.
Muitas vezes, as universidades e demais instituições de ensino são apontadas por não conseguirem acompanhar a velocidade das transformações que acontecem no mercado e na sociedade. Por isso, a participação ativa de alunos, formando uma comunidade em que se aprende e se ensina ao mesmo tempo é parte desse futuro que queremos ver na educação.
Talvez o caminho seja reconhecer todas essas outras experiências de aprendizagem fora da sala de aula tradicional como complementares, trocando a lógica do "ou" pelo "e".
Quem sabe assim poderemos ver professores atuando mais como guias e curadores do conhecimento do que como autoridades.
Quem sabe assim poderemos construir uma cultura educacional que valorize o senso crítico e que prefira nos ensinar a fazer boas perguntas, ao invés de buscar respostas prontas que um robô poderia responder.
Se você tem uma empresa e quer apoio para desenhar uma experiência de aprendizagem impactante e efetiva para o seu time, a CoolHow faz esse tipo de trabalho!
Eu poderia emoldurar essa frase
“Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes.
Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados.Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los.
Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los.
Porque eles mudam as coisas.
Empurram a raça humana para a frente.
E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais.
Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que de fato o mudam.”- Jack Kerouac, escritor norte-americano (1922- 1969)
Radar do Futuro-Presente
Olha só… Arquitetura e tecnologia aplicadas na educação para criar uma sala de aula "inteligente" (Fast Company)
Sai do celular, menino: Brasil é o 2º país com maior tempo de tela (Poder 360)
Aí sim, A.I: revista 'Nature' define regras de uso de robôs para garantir transparência no meio científico (G1)
Marketing: Dobra o número de empresas dispostas a investir mais de R$1 milhão em influência (Forbes)
Modelos de trabalho: Trabalhar perto de casa pode reduzir emissões de CO2 em até 90% (Fast Company)
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Parabéns pelo excelente texto!