10 anos nos separam do momento em que a palavra "selfie" foi eleita como a palavra do ano pelo Dicionário Oxford, em 2013.
Do empreendedorismo precarizado ao boom das marcas pessoais e CEOs de MEI, parece que vivemos o auge do eu.
Hoje o papo vai ser profundo.
Quem vem refletir sobre isso com a gente?
Eu S.A
Segundo dados do Sebrae, 73% do total de empresas formais do Brasil são MEIs. Por isso, não é nenhuma surpresa que as marcas pessoais estejam em alta. Afinal, a sigla não é justamente microempreendedores individuais?
Além de questões econômicas que empurram muita gente para um empreendedorismo de improviso ou para os "bicos" precarizados, existem também nuances culturais envolvidas na questão. A Geração Z, que compreende as pessoas nascidas entre 1998 e 2010, foi chamada de ‘Geração Eu S.A.’ pelo Grupo Consumoteca. Segundo Carmela Moraes, supervisora do time de Insights da empresa, essa é uma geração que já nasce se percebendo como marca, com o entendimento de que a imagem é importante para se colocar no mundo e no mercado de trabalho.
Nesse contexto, a rotina da produção de conteúdo já deixou de ser uma exclusividade de quem trabalha diretamente na área para ser uma preocupação de muitas outras pessoas, especialmente profissionais autônomos, empreendedores e artistas independentes. Mesmo quem trabalha em uma empresa com carteira assinada, pode sentir uma leve pressão em manter seu perfil no LinkedIn atualizado e publicar para dar sinal de vida.
Mas será que todo mundo precisa produzir conteúdo? 🤔
O pior é que a dinâmica do algoritmo de certas redes sociais quer nos fazer acreditar que devemos postar todo santo dia, e não quando temos algo de relevante a dizer. Com isso, temos a receita do desastre para essa infoxicação e exaustão geral.
O tempo da criatividade simplesmente não bate com esse tempo tão acelerado.
O silêncio faz parte da música.
É conteúdo, egotrip ou spam?
Da ânsia existencial de ser visto e validado para pertencer até a necessidade real de pagar as contas no final do mês, muitas pessoas estão simplesmente "se jogando" nas redes para divulgarem seus trabalhos. Nenhum problema com isso e pode ser inclusive um exercício importante de expressão pessoal no final das contas, mas vale a reflexão: nem todo post é conteúdo.
Sabe aquela pessoa que parece incapaz de manter uma conversa agradável, ouvindo só enquanto espera ganchos para falar de si mesma e/ou vender alguma coisa? Isso também pode acontecer no ambiente digital, então calma, muita calma nessa hora.
Olhando de fora, pode parecer super fácil e simples apertar uns botões, criar um perfil no Instagram, tirar foto, escrever legenda e, "tcharãn", publicar. Mas existe muito trabalho invisível no Marketing de Conteúdo e, sem o mínimo de conhecimento ou orientação para produzir, você corre o risco de se tornar só mais um spam chato lotando as caixas de entrada das pessoas.
Sem a capacidade de estabelecer conexões verdadeiras com outras pessoas e de gerar conversas, estamos apenas panfletando.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
Como mensagens finais, o que podemos dizer é:
Cuide das suas relações com o mesmo carinho que você cuida da sua própria imagem (ou mais). Somos seres interdependentes por natureza.
Para ser interessante, seja interessado.
Ainda que a dinâmica atual de produção de conteúdo seja mais descentralizada, não deixe de procurar pessoas e empresas com experiência prática no assunto para te orientarem no processo.
Queremos saber: para você, o que é, ou não, conteúdo?
Eu poderia emoldurar essa frase
"Assim como nós embarcamos na creator economy anos atrás com o ímpeto de renovar uma indústria e participar ativamente da construção de imaginários na internet brasileira, é hora de olhar para o futuro e entender como lidar com a saturação das redes e os novos contextos que se apresentam."
Caio Braz, jornalista e criador de conteúdo, em texto para o Meio & Mensagem
Radar do Futuro-Presente
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ótima edição pessoal!