SxSW Edu: 3 temas urgentes que merecem estar no seu radar
Quem nos acompanha também pelo Instagram ou LinkedIn, viu que na semana passada o Tiago Belotte, fundador da CoolHow, e o Sérgio Souto, nosso parceiro de pesquisa, estiveram em Austin no South by Southwest EDU, ou simplesmente SXSW Edu.
Para quem não conhece, trata-se de um evento vibrante e dinâmico que reúne as mentes mais brilhantes da educação para enfrentar questões complexas e gerar impacto para criar um novo amanhã para estudantes de todos os lugares.
A viagem fez parte de uma experiência bem especial que desenhamos para o Polo CER SEBRAE, um dos nossos clientes. Inclusive, traremos um conteúdo bem aprofundado em uma aula aberta e gratuita na próxima segunda-feira, dia 18/03, às 19h. Antes de continuar, garanta a sua participação aqui!
Já se inscreveu? Boa, então vamos ao aquecimento com 3 temas urgentes que chamaram a nossa atenção e merecem estar no seu radar!
1. Literacia em IA
Vocês já sabem o quanto a Inteligência Artificial tem sido pauta das discussões em torno do futuro do trabalho. E na Educação, que antecede e acompanha toda a nossa jornada profissional e de vida, não poderia ser diferente.
No SxSW Edu ficou claro que não podemos escolher se a inteligência artificial será utilizada na Educação, mas devemos nos alfabetizar para decidir como ela pode ser melhor utilizada. Portanto, é fundamental que abracemos a Literacia em IA. Entre as justificativas levantadas, estão:
A inteligência artificial já está nas escolas e nos processos de aprendizagem, o que falta são os direcionamentos seguros e éticos para o seu uso.
Já existem muitos educadores a utilizá-la, mas muitas vezes sem saber quando e como usá-la a favor de um real impacto positivo.
Os benefícios descobertos por quem utiliza a IA na prática já são inúmeros. Em sua palestra, a pesquisadora Beth Ruden citou, como exemplo, as possibilidades de construção de experiências de aprendizagem sob medida.
Os malefícios também já aparecem, e eles vão do aumento das desigualdades sociais à piora no desempenho e no processo de aprendizagem. Nesse sentido, Amanda Bickerstaff, Co-Founder e CEO of AI for Education, afirmou que a maioria das escolas privadas de Nova lorque já estão adotando o chatGPT como recurso didático, mas ela estima que em 95% das escolas públicas isso está longe de ser a realidade.
Por fim, vale dizer que o imperativo da literacia em IA é para todos: estudantes, professores, famílias, comunidade e, pensando nas pessoas com quem trabalhamos, lideranças empresariais e profissionais de RH também.
2. Design Universal de Aprendizagem
Precisamos desenhar processos de aprendizagem pensando nas pessoas normalmente excluídas, não nas que sempre são colocadas no centro.
As pessoas neurodivergentes, ou seja, pessoas com autismo e também com outras condições não neurotípicas, têm desafios específicos em seu processo de aprendizagem, os quais devem ser considerados não apenas no desenho da experiência, como também na avaliação dos resultados.
É preciso desenhar experiências de aprendizagem que também diminuam as diferenças sociais e potencializem as oportunidades para grupos subrepresentados.
Portanto, um dos focos da educação do presente-futuro deve ser redesenhar processos e espaços de aprendizagem com ênfase no aumento do bem-estar, do pertencimento e do engajamento de todas as pessoas.
Quando as pessoas que estão à margem são atendidas, a experiência de todas as pessoas se torna melhor. Aliás, elas não só devem ser atendidas como envolvidas no processo de cocriação das soluções. E quem diz isso não somos nós, é Sarah Herrlinger, diretora sênior de políticas e iniciativas globais de acessibilidade da Apple.
Aqui, vale também destacar que a representatividade nos materiais didáticos e paradidáticos utilizados é fundamental para o processo de autorreconhecimento e aprendizagem. No entanto, ainda temos um longo caminho a percorrer nesse sentido. No vídeo abaixo, Belotte fala sobre uma intervenção que expunha os livros banidos das bibliotecas e escolas dos Estados Unidos.
Parênteses
Infelizmente, a proibição de determinadas obras também acontece no Brasil. Um exemplo é o recente caso do livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, vencedor do Jabuti 2021, que foi censurado nas escolas públicas de três estados do país: Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.
3. Community-based learning
O presente e o futuro da educação passam por uma aprendizagem baseada em comunidades.
A aprendizagem humana é socialmente construída. Por isso, o sentimento de pertencimento a uma comunidade é algo tão poderoso para que ela aconteça.
Comunidade cria ambiência, que alimenta propósito, engajamento e inspiração. Comunidade é cuidado, cuidado é amor e amor é a forma mais revolucionária de aprendizagem. E aqui fica nossa reverência à bell hooks.
Mas como funciona?
A aprendizagem baseada na comunidade (Community-based learning) é uma abordagem educacional que integra experiências de aprendizado prático dentro de contextos comunitários, buscando conectar o currículo acadêmico com as necessidades e desafios reais enfrentados por comunidades.
Esta abordagem enfatiza a colaboração entre estudantes, professores e membros da comunidade para identificar questões relevantes e trabalhar juntos para encontrar soluções.
Em um contexto de aprendizagem baseada na comunidade, os estudantes têm a oportunidade de aplicar conceitos acadêmicos e habilidades em situações do mundo real, muitas vezes abordando questões sociais, ambientais, econômicas ou de saúde. Isso pode incluir projetos de serviço comunitário, estágios, aprendizado baseado em projetos, pesquisa participativa, entre outras formas de envolvimento prático.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
A aprendizagem é a base de toda a nossa sobrevivência enquanto espécie. Se chegamos até aqui, foi porque soubemos aprender e nos adaptar. E aprendemos tanto que o ritmo com que passamos a desenvolver novos produtos, soluções, tecnologias, discursos… Hoje vai muito além do que a educação tradicional é capaz de acompanhar. É hora de questionar e adaptar a forma como aprendemos.
Além disso, criamos problemas para os quais precisamos aprender a desenvolver novas soluções. A Educação continua a ser um caminho e repensar a Educação não é apenas uma questão de preparar estudantes para o sucesso pessoal, mas também de cultivar uma sociedade mais inclusiva, sustentável e centrada no desenvolvimento humano.
Aprendizagem melhor = Pessoas melhores = Marcas, carreiras e negócios melhores!
Se você passou pelo primeiro link e não fez sua inscrição ainda, a gente reforça o convite: venha se informar sobre os 3 temas acima e muito mais, em detalhes, na aula aberta e gratuita que vamos fazer no dia 18/03, às 19h! A gente promete não decepcionar ;)
Para emoldurar e colocar na parede
“O futuro da educação não passará pela lA se as ferramentas que são construídas são baseadas num modelo em que o professor está sozinho, isolado e sem tempo.”
Andi Fourlis, Superintendente da Mesa Public Schools
Radar do Futuro-Presente
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