Empresas-escolas: o que esperar da aprendizagem corporativa em 2023?
A gente morre em vida quando para de aprender.
A CoolHow tem o aprendizado como valor e eixo da nossa atuação no mundo, porque acreditamos profundamente que todo caminho de transformação passa por algum tipo de aprendizado.
E a nossa edição de hoje é dedicada a pensar sobre os rumos da educação no contexto das empresas em 2023.
Quem vem?
Alô, RH: o aprendizado como benefício
Quando você pensa em benefícios corporativos, o que te vem à mente primeiro: plano de saúde, vale-alimentação, descontos?
Que tal conhecimento?
Se isso parecer poético demais para você, imagine as situações em que consideramos a potencialidade de aprendizado em um emprego novo como um ponto relevante para ou, ao contrário, quando deixamos um cargo ou uma empresa por sentirmos que não temos mais como (ou o quê) aprender ali.
Os dados mostram que isso acontece mesmo: 74% de colaboradores da geração Millennial e da Geração Z consideram pedir demissão no próximo ano devido à falta de oportunidades para desenvolvimento de habilidades em seus empregos atuais (Amazon e Workplace Intelligence, 2022).
Isso já aconteceu com você? Fique à vontade para compartilhar experiências e outras reflexões com a gente aqui nos comentários!
Caminho se conhece andando
Durante a pesquisa para essa edição, encontramos um material precioso e resolvemos trazer para cá para refletir em cima disso. Segundo a SPUTNiK, essas são as 3 macrotendências em aprendizagem corporativa para 2023:
Intencionalidade
MetaSkilling
Comunidade
Intencionalidade é uma palavra que denota aquilo que se pretende fazer, ter um propósito, um plano, algo que não é feito aleatoriamente ou por mero acaso. Nesse sentido, um bom planejamento estratégico deverá te ajudar a responder previamente perguntas sobre quem está propondo a ação e para quem, os objetivos, as aprendizagens esperadas e as estratégias que serão utilizadas para promovê-las, os conhecimentos e habilidades prévias que o grupo já pode ter, e também as formas de avaliar se houve ou não o cumprimento desses objetivos iniciais e medir o impacto da ação como um todo.
MetaSkilling, termo proposto pelo relatório, seria a habilidade de se qualificar, partindo da meta-aprendizagem como a necessidade crescente que temos de aprender a aprender. Assim, empresas com um espírito inovador estão repensando os formatos engessados, como aquelas aulas intermináveis, expositivas e unilaterais e contestando os padrões que desestimulam a participação ativa, a individualidade e os processos criativos. No futuro, esperamos que habilidades como curadoria e pensamento crítico sejam mais procuradas e valorizadas.
-> Leia também: Aprender todo dia - ressignificando a educação formal (CoolBox)
Isso é ainda mais importante se considerarmos que os nossos modelos educacionais foram desenhados para atender a um sistema falho, injusto e excludente.
Por fim, mas não menos importante, em Comunidade, estamos agora falando da construção de empresas-escolas como espaços seguros e acolhedores para estimular trocas saudáveis entre as pessoas envolvidas nos processos de aprendizagem. Vale dizer que, para chegar a esse ponto, a cultura da empresa precisa ser condizente com esses valores e a aprendizagem corporativa deve estar em um estágio de maturidade. Isso leva tempo.
Consolidando essas três tendências mapeadas, a representação visual para entender o que esperar da educação corporativa em 2023 é a seguinte:
Créditos da imagem: Sputnik
Aliás, vale aqui só um breve parênteses porque adoramos a reflexão da Mariana Achutti sobre o uso de uma palavra, já tão consolidada na educação corporativa: "treinamento".
“A palavra ‘treinar’ remete automaticamente a algo imposto. Inclusive tem como sinônimo ‘adestramento’ e aplicação ‘treinar para disputas’. Claramente, temos que revisitar essa expressão para algo mais condizente com os valores contemporâneos de educação"
A proposta dela é substituir a palavra "treinamento" por aprendizagem, inclusive para nomear a área T&D (Treinamento & Desenvolvimento) que passaria a ser A&D (Aprendizagem & Desenvolvimento). Apoiadíssima!
-> Leia também: humildade como chave para o aprendizado e a liderança (CoolBox)
A vida não é um morango: os desafios do processo
Como sempre, é claro que nem tudo são flores e existem muitos desafios envolvidos no processo. Dentre eles, a infoxicação que estamos vivendo de forma coletiva e as dificuldades que vêm a partir disso para a nossa atenção, cada vez mais fragmentada, e para a retenção efetiva dos aprendizados.
Por isso mesmo, como já adiantamos lá em cima na outra seção, é importante pensar quais formatos serão usados para apresentar determinado conteúdo e qual tipo de experiência de aprendizado você pode proporcionar, sendo ela online ou presencial.
-> Leia também: o excesso de referências e influências em um contexto digital (CoolBox)
Além disso, quando pensamos especificamente em educação corporativa, a carga de trabalho é um ponto que não pode ser deixado de fora da equação. Uma pessoa que já está esgotada e exausta com as demandas do trabalho não vai sorrir ao pensar que agora também vai ter que arrumar tempo e energia para fazer cursos e estudar. É uma questão de saúde e de limites do corpo mesmo, não de boa ou má vontade: a exaustão tem diversos efeitos prejudiciais na concentração e memória, o que poderá atrapalhar todo o processo ao invés de ajudar.
Nesse ponto, além de ações específicas para a prevenção do Burnout, é muito importante pensar em atividades que sejam opcionais, mas não obrigatórias. As pessoas devem se sentir inspiradas e motivadas por essas oportunidades, jamais ameaçadas.
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
Nem precisamos dizer aqui o quanto a Internet vem transformando a educação, ao disponibilizar tanta informação a um clique de distância. No entanto, um dos problemas dos cursos livres que estão pipocando por aí é que, muitas vezes, são feitos e disponibilizados sem metodologias estruturadas ou sem uma coordenação pedagógica envolvida no processo.
Infelizmente, esse problema também pode acontecer em cursos caro$ e de renome. Por isso, na hora de escolher um curso ou formação para desenvolver suas habilidades, nossa dica é pesquisar com calma quem são as pessoas coordenando e ensinando, procurar relatos de quem já fez e/ou acionar a sua rede profissional em busca de outras indicações para ampliar seu leque de opções.
Agora pensando pelo lado das empresas, já trouxemos diversos pontos importantes ao longo do texto sobre como a educação corporativa é um ótimo investimento para a atração e retenção de talentos. No entanto, para alcançar resultados significativos, a lógica de chegar e simplesmente "oferecer treinamentos” rasos ou superficiais, em uma condução vertical de cima para baixo, já não é mais suficiente e precisa dar lugar a uma verdadeira cocriação entre colaboradores, líderes internos e empresas parceiras que tenham experiência em educação corporativa.
Reunindo essas três pontas, é possível desenhar soluções mais efetivas e alinhadas com os objetivos de cada ação e da empresa como um todo, experimentando e aprendendo com os erros da jornada. Como diz o compositor Chico César: o caminho se conhece andando.
Se precisar de ajuda no processo para te guiar nesse caminho, pode contar com a gente!
Eu poderia emoldurar essa frase
“Não vamos mais enxergar a sala de aula como pontual. E, sim, a educação como um processo fluido e multidisciplinar, que ocorre ao longo da vida.”
- Mariana Achutti, fundadora e CEO da SPUTNiK
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