Aprendizagem e Desenvolvimento nas empresas: um caminho essencial e complexo
O ano está voando, né CoolReaders?!
Com 2024 ali na esquina, a gente já começa a pensar no planejamento para o próximo ano. Afinal, daqui até dezembro, quando entramos naquele ritmo frenético de confraternizações e encerramentos, é um pulo.
Do lado de cá, estamos preparando um vem aí daqueles para muito em breve. E enquanto aguçamos a sua curiosidade, falamos de um tema diretamente relacionado às soluções que temos desenvolvido na área de Aprendizagem e Desenvolvimento corporativo criativo.
O mercado está vibrando na escassez… De talentos!
É isso mesmo. Se você empreende ou trabalha em uma empresa de qualquer porte, já deve ter observado ou ouvido algum comentário sobre o quanto tem sido difícil achar “gente boa” no mercado.
Uma percepção que começou há alguns anos e se tornou ainda mais acentuada depois da pandemia, quando muita gente percebeu que existem outros jeitos de trabalhar que não presencialmente das 9h às 18h, assim como outras motivações para se estar em um emprego que não o salário e os benefícios, deixando inúmeras vagas ociosas por aí.
As constatações nada animadoras encontram eco na Pesquisa Escassez de Talentos 2023, da ManPowerGroup, que revela que este ano a escassez de talentos atingiu o nível mais alto dos últimos 17 anos. Isso no Brasil e no mundo.
De acordo com o estudo, cerca de 4 em cada 5 empregadores relatam dificuldade para encontrar os talentos de que precisam. No Brasil, entre os motivos da escassez estão as mudanças no mercado de trabalho, o surgimento de novas tecnologias, o envelhecimento da população e a falta de diversidade e inclusão (ou seja, tudo o que a gente tem abordado por aqui).
O turnover, ele não para
Quando atrair talentos se torna um desafio, os altos índices de turnover - processo de desligamento de um funcionários de uma empresa - se tornam uma preocupação.
Os últimos números que encontramos foram de um levantamento realizado pela Robert Half, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em 2021. As informações revelam que, no quesito turnover, o Brasil ocupa o 1º lugar no ranking mundial, registrando um aumento de 56% em relação ao período pré-pandemia.
Um outro dado também confirma o aumento do número de saídas voluntárias em comparação a 2020, que passou de 33% para 48%, a exemplo do que vem acontecendo no restante do mundo.
As razões para os altos números de turnover são muitas: falta de sintonia com a empresa e/ou trabalho, necessidade de adequação do trabalho ao estilo de vida, ausência de planos de carreira e de oportunidades de aprendizado e crescimento.
Tudo isso tem forçado as empresas, ao menos algumas delas, a uma renegociação de seus papéis, entendendo que, mais do que nunca, a relação entre empregador-empregado é uma via de mão dupla em que ambos precisam sair ganhando.
A educação corporativa como caminho indiscutível
De acordo com o relatório LinkedIn Workplace Learning Report 2023, muitas organizações já compreenderam a importância de investir na formação e no aprimoramento de suas pessoas, alinhando os seus programas de aprendizado aos seus objetivos de negócio, criando uma cultura de aprendizado e, consequentemente, melhorando a retenção de colaboradores.
Segundo a pesquisa, 83% das organizações intencionam construir uma cultura mais focada nas pessoas e 81% dos departamentos de A&D (Aprendizagem e Desenvolvimento) estão colaborando para isso. 82% das lideranças globais concordam que a função do RH tem sido mais importante do que nunca.
Até aí, tudo lindo, até a gente pegar o relatório Learning at work 2023 (CIPD), realizado no Reino Unido em 2023, e entender a divergência existente entre as afirmações e os números. Olha só:
Em comparação com dois anos atrás, a estratégia de A&D está menos alinhada com as prioridades organizacionais e de pessoas (67% concordam em 2023 contra 77% em 2021) e os líderes têm menos probabilidade de reconhecer o impacto que a A&D tem sobre essas prioridades (67% contra 81%).
Poucos profissionais de aprendizagem concordam que trabalham em organizações que proporcionam ambientes favoráveis à aprendizagem: apenas 41% concordam que suas organizações desenvolvem e mantêm um clima de confiança.
Fonte: Learning at work 2023 (CIPD)
Nesse sentido, os dados não mentem. Apesar do recorte, a verdade é que existe um gap entre o que as lideranças pensam e acreditam que fazem e o que os profissionais de A&D vivenciam.
Leia também: Aprender todo dia: ressignificando a educação formal
Quem cuida de quem cuida: os desafios dos profissionais de A&D
Também vale citar os desafios enfrentados pelos profissionais de Aprendizagem e Desenvolvimento. Afinal, além de sintonizadas com os objetivos das empresas, as pessoas que trabalham com A&D ainda precisam de atualização para responder às mudanças e desenvolver projetos e programas interessantes o bastante para engajar os colaboradores. Isso em um momento em que atenção também é um recurso-chave.
Voltando ao relatório Learning at work 2023 (CIPD), alguns dos entraves que analisamos são:
Diminuição da capacidade de resposta às mudanças. Em 2023, apenas 59% dos entrevistados concordaram que são capazes de responder com agilidade às mudanças nas necessidades de habilidades da organização (contra 69% em 2021).
Pressão sobre o trabalho. Embora os recursos de A&D tenham se recuperado e aumentado nos últimos 12 meses, 53% dos que trabalham em funções de A&D concordaram que a carga de trabalho geral da equipe também aumentou.
Falta de percepção sobre o que é necessário e o que está funcionando. A falta de compreensão da estratégia organizacional e de saber quais métodos são eficazes foi comum em todos os setores analisados. Aqueles que trabalham em grandes organizações e aqueles que trabalham em funções especializadas de A&D foram os que mais tiveram dificuldades para mostrar o retorno sobre o investimento (ambos 20%).
Falta de processos. Um número significativo não se sente capacitado para projetar e oferecer aprendizado, e apenas 55% têm um processo implementado para usar o feedback para melhorar continuamente as intervenções.
Insegurança psicológica. A maioria dos profissionais de aprendizagem não sente que trabalha em organizações que promovem um clima de segurança psicológica genuína, em que as equipes são incentivadas a assumir riscos, levantar questões, aprender com os erros e adotar habilidades únicas.
Leia também: Empresas-escolas: o que esperar da aprendizagem corporativa em 2023?
Pergunta do milhão: como isso impacta minha marca, carreira ou negócio?
Em um contexto em que tudo parece mudar com a velocidade de um relâmpago, as empresas já não podem mais cultivar a crença de que quaisquer profissionais irão preencher todos os pré-requisitos para as suas vagas. Tampouco podem acreditar que seus colaboradores serão suficientemente autônomos para navegar no mar de informações disponíveis e decidirem sobre aquilo que precisam aprender para se tornarem melhores.
Esses, talvez, sejam os maiores desafios do nosso tempo quando o assunto é trabalho: entender o quê e quando será preciso aprender e desaprender em nossas jornadas. Nesse sentido, o papel do RH e das equipes de Aprendizagem e Desenvolvimento nunca foi tão importante.
No entanto, as estratégias de A&D precisam estar em consonância com os objetivos comerciais das empresas, de um lado, e as expectativas dos colaboradores, de outro, com processos bem desenhados para que as intervenções de aprendizagem sejam realmente eficazes. É preciso, ainda, que encontrem um terreno fértil e seguro que potencialize esse aprendizado.
E aí tocamos em um ponto. Se boa parte das equipes responsáveis pela A&D não se sente apta para responder às mudanças necessárias, se sente sobrecarregada em relação às demandas das empresas ou não encontra essa segurança psicológica genuína, talvez seja o momento de uma autoavaliação a esse respeito. Não seria o momento de pedir ajuda?
Fica aí o nosso convite para a reflexão. E se precisar de ajuda para diagnosticar, desenhar e implementar algum projeto de aprendizagem na sua empresa, fala com a gente. É exatamente isso que a CoolHow faz!
Eu poderia emoldurar essa frase
“Aprender é a chave para sua resiliência como empresa. Se você investir em curiosidade, aprendizado e agilidade para sua força de trabalho, você será capaz de se recuperar de contratempos, se adaptar às mudanças e estar mais preparado para o que vier a seguir.”
Cat Ward, Vice-presidente, Jobs for the Future, no LinkedIn Workplace Learning Report 2023
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